Ocupação & devaneio

A semana começou cheia de atividades. A primeira delas foi a tradicional visita metalúrgica, ou melhor, à ortodontista, para retirar as borrachas e colocar ainda mais ferros na boca. Detalhe: às 7h da madrugada, com 10°C de temperatura. Um dia inteiro de dinâmicas e entrevistas completou a segunda-feira. Pior é que no meio da correria não deu tempo de conferir a Megasena. E vai que eu fiquei multibiliardária? E vai que eu já poderia estar num outro hemisfério mais quentinho, descansando os olhos na frente de um marzão? Sim, porque eu detesto o frio como todos já estão carecas de saber. Adoro estes momentos de devaneio e mentalização, pois tenho certeza de que nossas crenças e pensamentos se realizam. Basta manter o foco. Por outro lado, mesmo longe da Megasena a vida continua com um monte coisas boas como……como…..ãh, como….. e VIVA a SELAÇÃO BRASILEIRA!

Sonhar não custa nada

Por menos que admita, acredito que todo mundo já sonhou em ganhar na megasena. Deixando pra lá os mitos fundadores da sociedade brasileira, “ganhar na loteria” é uma imagem que ronda a cabeça dos brasileiros. Não posso reclamar da sorte, pois em 93 ganhei um carro na raspadinha do Grêmio (timão!) e seguidamente ganho pequenos prêmios na megasena. Este ano, já ganhei uns R$ 300,00. Seguindo uma rígida programação, jogo há muitos anos nos mesmos números, toda semana. Aposta simples, 6 números, mas recorrente. O lance, não é o “ganhar”, mas o que fazer quando ganhar. Sim, porque eu sei que ganharei uma grana legal. Já tenho tudo milimetricamente calculado e cada passo visualizado. Uma única mensagem será enviada aos amigos, direto do aeroporto, no qual estarei portando apenas a carteira de motorista, o cartão do banco, um envelope de lenços de papel e um batom. O texto: fui! Esta é a senha para saberem que enriquei e estou partindo rumo a um merecido descanso junto à uma ensolarada praia brasileira. Na volta, a vida me obrigará a tratar das questões práticas como vigiar as aplicações, comprar a casa e o carro dos sonhos e contratar uma governanta para manter a casa linda, como aquelas de revista. Depois, é correr pra galera e se divertir indo a todos os shows desejados, ler milhões de livros interessantes, virar triatleta e estudar antropologia. Enquanto este dia não chega, embora esteja muito próximo, vou trabalhando e tentando fazer um pouquinho de cada coisa.

Te joga! (o desfecho)

Pois é a Susan Boyle não ganhou o concurso (único fato indiscutível). Daí para frente começam as maledicências e contradições: uma hora ela se internou, na outra foi internada; uma hora ela é uma pessoa  tranqüila e na outra uma desequilibrada; uma hora ela é virtuose, na outra tem retardo mental . Não conheço a Susan e não sei nada sobre sua condição psicológica, mas independente de qual seja, ela se jogou! Friamente falando, ela ganhou dinheiro, arranjou trabalho (ela está cobrando modestos US$ 165.000, por apresentação de 12 min).  Emocionalmente falando ela correu atrás de um sonho. Será que se ela tivesse ganhado o concurso teria sido tão ridicularizada quanto foi ao perder? O ser humano é cruel e a mídia retrata muito bem esta nossa faceta. Teria sido mais humano ter valorizado o esforço – seja qual for a sua condição mental – do que ter tentado destruir uma imagem pública, ainda tão frágil. Mas a estas alturas ela não deve estar nem aí…..